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Linhas de Pesquisas

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1 – A Geografia da Fome no Período Técnico Científico-Informacional;
2 – Uso do Território no Agreste Alagoano.

Objetivos

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1- Revisitar e discutir a obra de Josué de Castro à luz da atual divisão territorial do trabalho;
2- Construir, a partir da leitura da obra de Josué de Castro, um marco teórico-conceitual à análise das questões decorrentes do uso do território no Estado de Alagoas, especialmente na mesorregião agreste;
3- Problematizar e debater os aspectos sociais, econômicos e culturais configurados no município de Arapiraca;
4- Identificar e analisar os vetores da fome no município de Arapiraca e adjacências a partir dos bairros periféricos.

Núcleo de Estudos Josué de Castro

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Criado através da Portaria n° 016/2004, em 16 de março de 2004 da Presidência da então Fundação Universidade Estadual de Alagoas (FUNESA) atual Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), está instalado na Avenida Governador Luiz Cavalcante, s/n – Alto do Cruzeiro – Arapiraca/AL. Cep. 57312-000. Fone: 82 3530 3382 – Ramal 2028. Email: NEJC@UNEAL.EDU.BR; NEJC-UNEAL@GMMAIL.COM

Milton Santos

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UMA LIÇÃO DE MILTON, O FILÓSOFO DA GEOGRAFIA

Por
Maria Adélia Aparecida de Souza,
Geógrafa,
professora da USP.

Tive o privilégio de ter Milton Santos como amigo, parceiro de muitas caminhadas, socorro das horas graves, mestre na vida e na Geografia.
Com ele tentava aprender sobre a paciência, a espera, o rigor, o texto claro com sonoridade agradável, a não ter medo de pensar, não ceder nunca, mas, jamais fechar a porta. Com ele estava aprendendo a descobrir a Filosofia para compreender a Geografia e com ela entender este mundo novo, mutante, veloz, onde a volúpia enleva os incautos.
Ensinou-me que a Geografia é uma filosofia das técnicas e que tem uma imensa contribuição a dar para a compreensão da sociedade e, com ela, olhar de frente e otimista para este período popular da história em que vivemos. Tempo de esperança no mundo novo que se forja com a participação efetiva da maioria pobre, com suas maravilhosas estratégias de sobrevivência e de vida. Mundo novo e ainda incompreensível. Mundo solidário desses homens pobres e lentos que dominam o planeta. Entendi que hoje a âncora é o futuro, e que temos a possibilidade de decidir como nunca sobre ele; que o passado é reflexão, o futuro, uma certeza. Que a globalização é uma metáfora e que é nos lugares, este espaço do acontecer solidário, que se forja a resistência no embate da vida cotidiana.
Sobre a vida ensinou-me que somos únicos, que é fundamental acreditar na humanidade e ter confiança no povo; que o amor não é uma linearidade e não é a razão quem decide sobre ele. Ensinou-me o que havia aprendido com seu grande amigo, Navarro de Brito, que não tenho inimigos pois sou eu quem os escolho. Não aprendi ainda a lição da paciência, atributo da juventude, ainda ontem me dizia ele. Confundo-a, por vezes, com a tolerância desnecessária. Não suporto a intolerância e a hipocrisia da sociedade e da universidade para com os negros e, mais ainda, com os negros ilustres. Eu o vi, durante décadas, divertir-se e enfrentá-las com a sabedoria dos grandes.
Demorei a enfronhar-me em suas conversas. Seu subtexto é que era precioso. Sua ironia imaculada. Sua alegria contagiante. O Brasil perdeu com Milton muito dela e da sua ternura, atributo inadmissível para tão difícil, firme e complexa personalidade. Mas quem se esquecerá da elegância e da ternura de Milton?
Sua obra, ainda pouco conhecida e estudada no Brasil, revoluciona não apenas a Geografia mas as ciências humanas e sociais. Com sua genial conceituação sobre o espaço geográfico, esse sistema indissociável de objetos e ações, Milton nos dá a possibilidade de compreender sobre a totalidade-mundo. Revisita a Geografia e oferece, especialmente aos geógrafos brasileiros, a possibilidade ímpar de aprofundar o conhecimento sobre o nosso país oferecendo-nos uma preciosidade que é a compreensão, neste gigante continental, do território como abrigo de todos os homens, ou o espaço banal, e o território como recurso para os interesses hegemônicos e para as políticas levadas a efeito no Brasil de hoje. Compreender a formação territorial a partir desses conceitos é oferecer à sociedade um texto geográfico rigoroso que poderá fundamentar um discurso político vigoroso. Ensinou-me a ver então que o Brasil de hoje é governado em função dos interesses dos poderosos, pois para eles o território é preparado. O povo, cada vez mais, perde seu abrigo: não há trabalho, não há comida, não há escolas, hospitais. O território do povo está esquecido. Sugeriu-me a geografia das desigualdades e despertou-me o interesse pela Geografia da Fome, apesar de certa parte da comunidade científica insistir que ela foi abolida do mundo há décadas.
Ensinava-me sobre o método no trabalho intelectual. Na geografia, a ter rigor metodológico e conceitual para jamais me deixar enganar com falsas questões e problemas científicos. Foi crítico contundente da formulação difundida sobre a questão ambiental, à qual juntei a crítica a "sustentabilidade", ensinando-nos o rigor da diferenciação entre a natureza, o espaço geográfico, o meio. Foi um artesão do método. A Geografia jamais poderá ser a mesma depois da obra de Milton. Persistir entendendo-a como "física", relacionando sociedade e natureza, é ignorar o movimento do mundo explicado não apenas pelos geógrafos mas pelas ciências em geral; é ignorar a história dos homens.
Milton ensinava-me que atravessamos a racionalidade econômica sem muitos avanços para a totalidade da humanidade, e que estamos mergulhando na nova racionalidade, a racionalidade política. É chegada a hora da verdade. É preciso estar preparado para ela. E ela precisará, e muito, dos bons intelectuais. É preciso se preparar para a grande batalha que se avizinha, me dizia ele, há exatos dez dias, resistindo à insuportável dor que o torturava. É preciso continuar, sempre... Vamos continuar insistiu, várias vezes...
A partida de Milton nos deixa órfãos: o Brasil perde um de seus mais dedicados vigilantes, a política brasileira um observador e pensador rigoroso, seu revolucionário mais autêntico. A Geografia perde seu filósofo, a Universidade seu mais elegante, destacado, dedicado e competente professor e intelectual.
Perdemos, seus discípulos, amigos e alunos espalhados pelo mundo todo, nosso mestre e um grande amigo.
Mas, o céu está em festa...
Viva Milton Santos, um cidadão do mundo que nos deixa a esperança como herança!

Currículo Lattes de Milton Santos


Texto disponível em: CONHEÇA O TERRITORIAL


Alguns livros disponíveis

Josué de Castro

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Médico de formação e geógrafo de coração, Josué Apolônio de Castro circulou sabiamente pelas diversas áreas do conhecimento, fazendo aquilo que hoje denominamos de interdisciplinaridade. Foi precursor dos estudos sobre a fome no Brasil (a qual deu fórum político e social a despeito das abordagens que a enfocavam como fenômeno natural), e um dos brasileiros de maior notoriedade universal do século XX.
Nascido na cidade do Recife em 1908, iniciou a sua trajetória na tradicional Faculdade de Medicina como professor catedrático de Fisiologia. Nesse mesmo período, incursionou pela Geografia com titulação homóloga na Geografia Humana da extinta Faculdade de Ciências Sociais do Recife.
Posteriormente regressara ao Rio de Janeiro (onde concluíra o curso de Medicina) e atuou como professor de Antropologia Física na lendária Universidade do Distrito Federal. Com a extinção desta, passou a lecionar Geografia Humana na Faculdade Nacional de Filosofia da nascente Universidade do Brasil (atual UFRJ). Já nesse período (década de 1940), viu consubstanciada a sua posição de principal autoridade brasileira em estudos sobre alimentação e formulador de políticas alimentares no país.
Desenvolveu estudos sobre alimentação em diversos países; fundou o Instituto de Nutrição da Universidade do Brasil, foi por duas vezes Deputado Federal por Pernambuco, também por duas vezes fora Presidente do Conselho Deliberativo da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura); Embaixador do Brasil na ONU, duas vezes indicado para o Prêmio Nobel da Paz e uma para o Nobel de Medicina, detentor do Prêmio Internacional da Paz e do título de Cidadão do Mundo, concedido pelo jornal francês Le Monde.
Contudo, todo esse percurso, tornou Josué um subversivo aos olhos daqueles que se instalaram no poder com o golpe militar de 31 de março de 1964. Destarte, fora exilado, passando a residir em Paris, onde faleceu em 1973 ao 65 anos de idade.
A despeito do progresso alcançado pela ciência e pela tecnologia nos últimos 30 anos, seu pensamento e sua obra continuam atuais, servindo de fundamentação ao entendimento da Sociedade Global e, conseqüentemente, das mazelas sociais que continuam a afligir a humanidade.
Seus livros mais famosos Geografia da Fome e Geopolítica da Fome, foram traduzidos para mais de duas dezenas de idiomas (do inglês ao chinês). Da sua vasta bibliografia, destacam-se ainda livros como A Alimentação Brasileira à Luz da Geografia Humana, Sete Palmos de Terra e um Caixão, Homens e Caranguejos, O Livro Negro da Fome, Documentário do Nordeste, Geografia Humana e Fatores de Localização da Cidade Recife. (Antonio Alfredo Teles de Carvalho).

Para ver alguns livros disponíveis
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Estudantes

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Ana Paula Teodoro dos Santos
Currículo LATTES

Dênis Carlos da Silva
Currículo LATTES

Diego Rodrigues da Silva

Fabio Brito dos Santos

Nivaldo Pinheiro dos Santos

Paul Clíviland Santos Firmino
Currículo LATTES

Sidinei dos Santos Silva
Currículo LATTES

Tairan Barbosa de Oliveira
Currículo LATTES

Valmir Ferreira Brito

Consultores

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Prof. Dr. Armen Mamigonian (Professor Adjunto Livre-Docente da Universidade Federal de Santa Catarina e da Universidade de São Paulo)
Currículo LATTES



Profª. Drª. Maria Adélia Aparecida de Souza (Professora Titular Livre-Docente da Universidade de São Paulo)
Currículo LATTES



Profª. Drª. Silvana Quintella Cavalcanti Calheiros (Professora Associada da UFAL)
Currículo LATTES

Pesquisadores

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Prof. MsC. Odilon Maximo de Morais (UNEAL – Campus III)
Currículo LATTES



Geógrafo Bruno Maia Halley (UFPE)
Currículo LATTES



Mestrando Dhiego Antonio de Medeiros (FFLCH - USP)
Currículo LATTES

Coordenador

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Prof. Dr. Antônio Alfredo Teles de Carvalho
Professor Adjunto: Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL
Professor Adjunto: Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Currículo LATTES

Bolsistas Atuais

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1 – Dênis Carlos da Silva
Agência : FAPEAL
Currículo LATTES


3 – Paul Clivilan dos Santos Firmino
Agência: FAPEAL
Currículo LATTES

Projetos de Pesquisas

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1 – GEOGRAFIA DAS DESIGUALDADES: USO DO TERRITÓRIO E PRODUÇÃO DA ESCASSEZ EM LIMOEIRO DE ANADIA-AL

Autora: Ana Paula Teodoro dos Santos
Currículo LATTES


2 – BATINGAS (ARAPIRACA – AL): DUAS FACES DE UM LUGAR IMERSO NO MUNDO DA GLOBALIZAÇÃO PERVERSA

Autor: Dênis Carlos da Silva
Currículo LATTES


3 – Girau do Ponciano: Usos do Território e Pobreza numa Cidade Local do Agreste Alagoano

Autor: Dhiego Antonio de Medeiros
Currículo LATTES


4 – Território Usado e Fome em Lagoa da Canoa – AL

Autor: Nivaldo Pinheiro dos Santos
Currículo LATTES


5 – ARAPIRACA: MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL E FOME NO AGRESTE ALAGOANO

Autor: Paul Clívilan Santos Firmino
Currículo LATTES


6 – O USO DO TERRITÓRIO PELAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICAS E PRIVADAS E AS NOVAS POSSIBILIDADES DE ESPECIALIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DE ARAPIRACA – AL E ADJACÊNCIAS NO PERÍODO ATUAL

Autor: Sidinei dos Santos Silva
Currículo LATTES


7 - USOS DO TERRITÓRIO EM ARAPIRACA-AL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA DIFUSÃO DA INTERNET

Autor: Tairan Barbosa de Oliveira
Currículo LATTES


8 – Paisagem e Memória no Espaço Urbano de Traipu - AL
Autor: Valmir Ferreira Brito
Currículo LATTES